domingo, 23 de agosto de 2009

Caçada aos Dragões___Cap III





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CAPITULO III
CAÇADA AOS DRAGÕES
Era o segundo ano das guerras Sagradas. O clã dos Dragões do Norte, em sua sede de sangue e destruição trouxe morte e sofrimento aos vários povoados ao sul de Edhenvar. A única esperança residia nas tropas formadas pelos reinos que se negaram a aceitar as doutrinas da Nova Ordem. O ex integrante dos Ranger, líder do primeiro pelotão de fuzileiros, conhecido como Baldenor. Buscando realizar ações de surpresa em pequenos grupos,  no território dominado, para colher informações e inquietar o inimigo. O pelotão realizava uma patrulha de reconhecimento numa área de floresta em busca dos dragões na tentativa de encontrar aqueles que estivessem desgarrados na época da desova das fêmeas. Essa era única chance de tentar impedir o nascimento dessas malditas criaturas e em consequência frear o crescimento das hordas de dragões. A cada dragão morto, nasciam dez para lutar em seu lugar, ceifando vidas e esperanças. A situação estava cada vez mais complicada e era necessária uma estratégia eficaz o mais rápido possível, senão um milagre.
Durante uma dessas patrulhas, Baldenor questionava se algum dia essa guerra iria acabar e poderia voltar para casa. Na verdade, mesmo que a guerra terminasse, ele não teria para onde voltar ou para quem voltar, ao contrário da maioria daqueles homens que lutavam ao seu lado, a maioria tinham deixado esposa e filhos ou pelo menos tinham alguém que se preocupasse com eles ou tinham uma terra para voltar, parente e amigos. Baldenor apenas lembranças de uma época em que poderia se considerar um homem feliz.
Estava absorto em seus pensamentos quando abruptamente foi interrompido por um barulho que fez seus ossos tremerem.
___ Movam-se!Movam-se! Rápido!. - Gritou o batedor, que estava à frente verificando a posição dos dragões.

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O rosnar da criatura era ensurdecedor, mesclado ao grito de pânico do soldado que teve a infelicidade de ser visto pela medonha criatura, somados agora aos brados de alerta dos guerreiros. A situação era caótica e quase impossível manter a coesão do grupo e realizar um ataque eficaz a horrenda criatura. A única escolha era se abrigar nas rochas e aproveitar ao máximo as oportunidades de realizar tiros precisos em pontos vitais da carapaça dura e resistente daquelas criaturas terríveis.

Os Atiradores de Elite____Cap II


CAPITULO II

OS ATIRADORES DE ELITE

Os atiradores de elite ou “caçadores”, como eram mais conhecidos, temidos e respeitados, famosos pela qualidade de seus atiradores e pelas nobres causas que defendiam. Formavam também a guarda pessoal do Rei. Um dia ostentaram orgulho e respeito, Hoje os que restaram se tornaram mercenários, bêbados e mendigos. Poucos tinham coragem de revelar a sua identidade e seu passado de gloria e honra.
Alguns dizem que o grupo quebrou um de seus preceitos primordiais, defender os mais fracos e lutar pelas causas justas. Tornarem-se mercenários e assassinos, na sua maioria, apoiando a nova ordem que surgia como uma sombra sobre Edhenvar, cada vez mais corrompida e distante da Lendária terra que outrora existiu. Tal situação lançou a ordem no descrédito e desonra de seus integrantes. Apenas alguns poucos permaneceram na sua crença e apoiaram as forças de resistência. Mesmo assim a simples menção do nome “caçador” trazia algum tipo de ansiedade, o respeito pelos remanescentes que ainda existiam porem coberto por medo e receio. Entretanto havia uma esperança, que há muito era profetizada nas conversas dos antigos anciãos. Em uma passagem dos pergaminhos esquecidos, diz:

“... e se levantarão aqueles que um dia foram a glória da justiça divina, acusados de traição e blasfêmias contra a verdade, estes que um dia tiveram seus dias de glória e depois de maldição. Em dia de grande aflição e agonia, se levantarão verdadeiramente em favor daqueles que os clamarem para que se faça valer a justiça, para a restauração da ordem e da verdadeira adoração ao Deus vivo, Jeová... ”

Apesar de todas as críticas e estórias sobre a “Guarda sagrada” e seus soldados de elite, diziam alguns que, conforme estava profetizado nos pergaminhos esquecidos, eles se levantariam e recuperariam a sua honra e respeito, muito esquecido nos tempos áureos da “Guarda Sagrada”. Talvez apenas um membro dessa equipe não acreditasse nas estórias e profecias sobre os atiradores, Baldenor, o atirador, soldado de elite de nível I, exímio atirador e líder nato, entretanto sua única certeza estava fundamentada na certeza de que era necessário se fazer alguma coisa para conter o avanço das hordas sangrentas do infame reinado de Edhenvar.

Baldenor tentava entender o que o impulsionava a lugares tão distantes. Entretanto a resposta era obvia, não conseguia fixar raízes em qualquer lugar que fosse, era algo além de sua vontade, algo inquietava seu coração e continuava sua busca por algo que o conduzisse ao seu verdadeiro destino. Sem saber ao certo qual direção seguir, porem sabia que era necessário continuar até que encontrasse o motivo da sua inquietação, mas algo em sua intuição lhe dizia que em breve encontraria o seu destino. Guerreiro pertencente a extinta “Guarda Sagrada” soldados de total confiança do Rei Constantino II. Vagando de cidadela em cidadela cumprindo missões de mercenário, alguma nobreza ainda residia no coração valente de Baldenor, mesmo recebendo pelos seus préstimos, como exímio atirador e rastreador, entretanto se negava a abraçar causas que não fossem justas, podendo ser até ilegais, mas nunca imorais.

A taverna do corvo vermelho recebe duas figuras enigmáticas que em torno de uma lareira iniciam uma conversa bastante animada e descontraída, conversa de dois bons velhos amigos, que se reúnem para jogar conversa fora e relembrar o passado, tudo regado a muito vinho e risadas.

___ Um mercenário com escrúpulos! Ora vejam só... – Dizia Balen, amigo de longa data de Baldenor.

___ Só você mesmo, Baldenor, poderia ser tão contraditório em suas atitudes, mesmo depois de todos estes anos, ainda não consigo entendê-lo, velho amigo.

___ Algumas coisas na vida não possuem resposta, caro amigo Balen - retruca Baldenon.

___ Como sempre digo, “prefiro as agruras da busca a paz da acomodação!”. Porém sei que logo em breve encontrarei o que preciso, e talvez quem saiba velho Balen, me case e tenha filhos, e fique velho e rabugento como você!

Um sentimento angustiante tomou conta de Balen, pois sentia em seu intimo que no destino do amigo, muitas coisas deveriam ocorrer antes que o velho amigo pudesse pensar em constituir família e cuidar de uma fazenda. E de certa forma, o próprio Baldenor também sabia disto.

__Velho amigo – sussurra Balen com hesitação, fazendo faz menção a perguntar algo a Baldenor, com certo constrangimento, vendo Baldenor sentado, limpando o cano de sua carabina e acondicionando suas esfera de munição, com a tranqüilidade de quem tem a eternidade pela frente.

___ Sim... – Responde Baldenor, com ar de quem já sabe o que será perguntado.

___ Somos amigos há muitos anos, você sabe o quanto o considero e lhe sou grato por ter salvo a mim e a minha família de uma morte cruel nas garras dos Dragões do Norte, porém há algo que nunca entendi por completo - continua Balen, mais à vontade.

____ Diga caro amigo, pois a sua curiosidade não me surpreende em nada – fala Baldenor em tom irônico.

E antes que Balen pudesse continuar com suas indagações, Baldenor se vira para o velho amigo e diz:

___ Pois bem, vou esclarecer algumas coisas que talvez não tenham ficado muito claras. Muitas estórias foram ditas sobre os atiradores e seu declínio, claro que muitos membros da guarda traíram sua fé e se voltaram as práticas ocultas, outros foram mortos por não concordarem com a nova ordem imposta e outros perderam sua fé e fugiram.

____ E você, caro amigo, em qual desses você se enquadra? – Pergunta Balen, com um tom hesitante.

Baldenor respira profundamente como se a resposta lhe causasse algum tipo de dor ou trouxesse lembranças amargas.

_____ O que você acha Balen? – Respondeu calmamente o velho atirador.

____ Estaria aqui se tivesse aceitado a traição as Escrituras?

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

As Guerras Sagradas_____________Prólogo


As Guerras Sagradas

C. S. LINO


PRÓLOGO

As antigas tradições seguidas e respeitadas por mil anos por várias gerações da legendária Edhenvar, há muito causava descontentamento entre alguns membros do conselho Eclesiástico. Influenciados e seduzidos por um uma seita secreta e poderosa, sedenta pelo poder, ofereciam tecnologias nunca vistas e poder ilimitado em troca da adoração e obediência aos “Deuses” e a práticas ocultas de magias e rituais malignos. Resolvem então se juntar e na reunião que ficou conhecida como “Concílio de Pagos”, discutem os rumos da religião em Edhenvar. Concordam que o culto ao Deus único não atendia as necessidades e aos anseios do Clero dominante, era necessário então medidas drásticas e radicais. Decretam a quebra dos votos e a não obediência as Escrituras Sagradas e inicia-se uma perseguição sem precedentes a todos aqueles que acreditam e protegem as antigas tradições, em conseqüência é deflagrada uma guerra, também chamada de Guerras Sagradas.

Logo que a nova ordem foi instituída o inferno subiu a terra. Seres grotescos surgiram de evocações proferidas durante cultos e rituais profanos. Seres que pareciam sair de lendas e contos de mitologia surgiam para engrossar as fileiras das tropas hereges. Seres alados, outros rasteiros, davam mobilidade e poder de destruição as tropas recém criadas.

A antiga tradição que defendia as escrituras foi tida como antiquada e desnecessária tornando-se uma ameaça a nova ordem que estava surgindo. Proscrita, seus integrantes foram banidos quando não, mortos ou então obrigados a negar sua fé sobre grandes flagelos e torturas. Os que conseguiram escapar tornaram-se errantes, porém outros mantiveram acesas as tradições do monoteísmo, realizando cultos e reuniões de forma clandestina, se reunindo em cavernas ou em locais afastados das cidades.

Focos de resistência se formam para combater esta nova ordem, mercenários unem forças para dar combate as criaturas que surgem e proteger aqueles que clandestinamente continuam a cultuar a um Deus único.

Um profeta seria a última esperança para a resistência, logo apos a expulsão e morte daqueles líderes que se negaram a se unirem a nova ordem. Um profeta escapa e busca isolamento na ilha dos oráculos, onde continuaria a profetizar sobre os destinos de Edhenvar e a dar esperanças aqueles que acreditam na derrota da ordem maligna. Entretanto é necessário que um grupo encontre o profeta antes das tropas Hereges que o buscam para silenciá-lo e enterrar de uma vez por todas as esperanças da aliança, porem, esta guerra seria mais difícil do que todos poderiam imaginar e no final apenas aqueles que se mantivessem firmes na sua fé poderiam contemplar o que haveria de vir.


As Planícies de Edhenvar____Cap I

CAPITULO I

AS PLANÍCIES DE EDHENVAR




Era outono nas planícies frescas de Edhenvar, chamada também de “terras sagradas”. O sol ainda não se levantara, mas uma faixa em tom vermelho claro no horizonte a leste dava a certeza que o nascer do dia estava próximo. As estrelas ainda estavam suspensas, com um brilho débil, no céu que começava a clarear. Ainda deitado Baldenor contemplava toda essa beleza, tentando esquecer as tristes lembranças que teimavam surgir em sua mente, tentando ofuscar, sem sucesso, aquele instante mágico e lúgubre que fazia o sofrido andarilho ter esperanças que ainda havia motivos para acreditar que um dia tudo de ruim do passado e do presente seriam lançados no mar de esquecimento total e a humanidade pudesse contemplar tudo aquilo que um dia nos foi prometido e devido a ganância de alguns, nos foi negado até que se cumpram todos os propósitos do destino do homem.